segunda-feira, 2 de fevereiro de 2009

Como é que tá lá - Flávio Filho

Bom, tenho mais experiência de estrada que de propaganda, mas vamos lá.

Antes de me formar já tava na labuta publicitária. Comecei na Ilimitda, onde fiz amigos e comecei a ver que o diploma da faculdade pouco serveria na minha Estrada. Depois passei pela DMW, onde entrei em confusão mental, não pela agência, mas por achar que estava conhecendo meu pai aos vinte e poucos anos (risos). Daí ³formei² mas resolvi continuar estudando e fui pra Sampa.

BR-153 rumo ao CAOS paulistano. Em São Paulo não fui ninguém. Trabalhei em agência pequena, mas tive sorte de atender cliente grande (Amway), o que é legal porque tem verba, só não tinha um redator pra duplar comigo. Mas, na época, também não tava nem aí, eu tava em clima de estudante, tinha ido pra lá pra fazer Panamericana de Arte mesmo, então só queria saber de beber e beber. Só que tenho muitos amigos nas maiores agências do país, então adiquiri conhecimento de como as coisas funcionam com eles e sei que nada é lindo em lugar nenhum, nem na Almap, o sonho de consumo, onde se diz que se aprende muito, mas tem que ter um saco enorme, pois o clima é mais chato que escritório de advocacia. Mas se tem verba de 200.000 pra criar um filme, e isso é um puta incentivo. Daí, terminei o curso e voltei pra minha cidade preferida. Goiânia, que terra boa.

Já tinha acertado minha volta para a DMW, onde fiquei por mais um ano e meio e depois fui para a Espaço Giacometti. Aprendi muito, coisas até que não se aprende em outros mercados, como, por exemplo, trabalhar sem verba. Já dizia o Sandro Salla (Brother) que veio de SP, “quando cheguei aqui, tive que reaprender propaganda”. E é isso, particularidade. Acho ruim quando a galera critica o mercado goiano, como se os outros fossem maravilhosos. Acho sim, que o Mercado tem problema, mas todos têm. Vai para a MPM criar para a Leroy Merlim pra ver se é bom. O cliente é um deles. Só que tenho uma opinião, Goiânia é a capital do varejo e faz um dos melhores varejos do país, falo isso porque tenho um amigo que era planejamento das Casas Bahia na Young, e ele mesmo dizia que aí se fazia referência, só que varejo é chato. A maioria dos criativos não gostam de varejo, tirando o louco do Guilherme Eugênio que um dia disse que gostava, (acho que ele até já deve ter mudado de idéia). Só que o mercado não vai mudar, se os clientes não mudarem as cabeças. Então, se não gostarem de varejo ou aprenderem a tirar leite de pedra, aconselho que deem uma passada por outro Mercado.

Foi o que eu fiz, não tenho nada contra o varejo, mas tava precisando ver coisa diferente. Daí resolvi pegar a mesma rodovia, mas no sentido contrário e rodar a pasta aqui em Brasília. Pasta vai, pasta vem, acabou caindo na mão do Amilton Coelho, DC da Bees, eu não o conhecia direito, só conhecia o portifólio da agência, que por sinal eu gostava bastante (www.beespublicidade.com.br). Hoje sei porque o cara é um dos caras mais respeitados do mercado. Entrei. Achei bem massa, porque também não adiantava mudar de cidade e ir para uma agência de varejo.

De novo sem dupla, mas dessa vez foi por pouco tempo, ralei duro, mostrei idéia e ganhei a confiança da galera. Massa agora tenho dupla, e as vezes em jobs maiores, tipo licitações, o desejo maior das agências daqui, duplo com o Amilton, o que me dá um puta retorno, principalmente pra mandar coisa pra pasta.

De cara vi que o nível de exigência era um pouco diferente, não se passa coisas por não ter prazo, se briga por prazo até sair a idéia. Mesmo que esse prazo seja a madrugada. A Bees é legal porque é uma agência de criação, tem esse mérito e luta pra manter, então idéia é bem valorizada. Outro valor é que tem criação bem definida. Diretor de Arte não é Arte Finalista, e Redator não é Revisor, cada um na sua. E as vezes rolam fotos produzidas, umas maozinhas de estúdios de 3D e agências de promoção. Isso ajuda muito a gente a fazer propaganda, no mais que procure a porta ao lado.

O cliente daqui aposta um pouco mais, tem menos medo de ousar, até de errar, e é aí onde falo que cliente é que na maioria das vezes dita o rumo do negócio, e isso pra criativo é um prato cheio. Venho gostando do Mercado brasiliense, não tem verba, mas consome idéia. Põe a cara a tapa. Tem agências pra todos os gostos e gente nova e pilhada para trabalhar.

6 comentários:

Paulo Zarat disse...

Valeu Flávio pelo texto.

E aproveito pra deixar o recado que qualquer um que estiver fora e com vontade de mandar notícias pra casa é só mandar o texto que eu posto. Pode falar sobre o que quiser.

Abraço

Ronconi disse...

Massa Flavim! boa sorte ae meu!

Eclesiastes Junior disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Eclesiastes Junior disse...

Esse Flávio é um dos melhores profissionais que eu conheci, mas é um cretino sem coração, estou até agora chorando sua partida...

Saudades filho... hehehhe

Anônimo disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Luciana Miranda e Wandré Montanheiro disse...

Adorei! Vou indicar para meus alunos lerem, e abrirá muito a mente deles!

Luciana Miranda